Estes questionamentos são muito reflexivos e profundos.
O Ser humano diante dos desejos, desconhece a si próprio. Diante dos desejos perde a razão e deixa ser movido pela emoção. E quando é movido pela emoção, entra em questão o coração que é terra que só Deus conhece, e em grande parte da vida... se desconhece o próprio coração. Assim como se desconhece o coração, também se desconhece o “assustador desejo”.
Ao longo da vida conversava o tempo todo com meus pensamentos sobre meus desejos. São desejos que posso mencioná-los aos outros: desejo pelo trabalho perfeito, desejo de ter vida espiritual plena, desejo saborear pratos distintos todos os dias, desejo de ter estabilidade financeira, ter uma família perfeita, viajar pelo mundo...
No entanto tenho desejos insaciáveis que vão além: desejo amar ... quem não posso amar, desejo possuir ... quem não posso ter, desejo dar e receber o orgasmo o prazer sexual ... de quem não posso dar ou receber. Tocar o corpo, ser tocada pelas suas mãos, sentir o cheiro, beijar os doces lábios... Mas o medo de expor meus desejos, o medo de ser mal interpretada levava-me ao silêncio. Sendo assim, eu os contia, guardava-os em minhas “dores da alma”.
Há dias em que apenas sobrevivo.
Me esquivo no profissionalismo, nos amigos, na religião, nos encontros sociais, nos bons livros, nos bons filmes, na boa música. No entanto, falta um pedaço de mim. Esse pedaço é o desejo que me encanta, me fascina, me traz vida, é um querer não querer, é o acelerar do sangue nas veias, é o olhar ardente, é o pulsar do coração, é o frio no abdômem, é o gosto do prazer nos lábios. Abri mão de ser feliz, de ser muito feliz em nome de meus desejos, sou o que sou! Incompleta!
Quem sabe um dia... terei a coragem e força para romper as amarras de meus desejos e ir buscá-los e viver a plenitude.