Me manteve em uma reflexão tão boa, tão gostosa...trouxe lembranças que valem a recordação.
Para mim a Maria Fernanda rouba todas as cenas, as suas expressões faciais e corporais...passos largos, suaves...sensação de levitação ao espectador...me transportou ao lado doce do desejo.
Para mim o filme não fala do desejo em si, mas do prazer em ter desejo, em vivência-lo sendo ele concretizado ou não, em se sentir vivo.
As expressões de sentimentos dela são tão fortes que as falas dos ilustres filósofos, professores, terapeutas, artistas, músicos só ecoam... “A Alegria” de Clovis de Barros, o comentário do Wisnik sobre o poema do Manuel Bandeira, “...a onda?/ a onda ainda/ ainda onda/...a onda se vê nas margens do Sena, linda aquela filmagem!!
Nem o próprio portal do Inferno de Dante, que por coincidência visitei no mês passado e me causou uma sensação ruim, não causou realmente dor no semblante de Ana Teresa, trouxe dúvidas e coragem, sem a ajuda de Virgílio, como Dante, a atravessa...